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RETÓRICA GOSPEL

  Nunca bebeu da água da vida, mas por ter uma crença de pia, autodenominou-se crente. Aos quatro cantos, espalhou uma real conversão. Ilusão! Era só mais um slogan de campanha em prol do reconhecimento social alheio, fórmula que sempre usou e funcionou. Em um mundo de narrativas convenientes, uma retórica gospel sempre ganha engajamento entre os santos dos últimos dias. Creiam nisso e tenham fé!   Criado em : 05/04/2024 Autor : Flavyann Di Flaff
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O MUNDO PERFEITO

  O mundo tá em franca decadência! Tem religioso, celerado enrustido, prescrevendo penitência a quem se confessa invertido.   Tem conservador progressista e progressista conservador. Corolário de um teatro congressista pra engabelar o incauto eleitor.   Segue o bonde sem freio desse mundo ilusório. O que é determinado pelo meio é certamente provisório.   Vende o pão assado no forno, que há pouco ardia, o cidadão, pelo capitalismo, alienado, pra obter o seu pão de cada dia.   O mundo tá perdido! Tem legalista contraventor e contraventor legalista. Assim, o cidadão é iludido até onde alcança a vista.   Esse é o mundo perfeito para qualquer salvador que pretende ser eleito. Um mundo repleto de discursos “olho por olho, dente por dente”, que atendem a externos impulsos por uma igualdade aparente.   Criado em : 05/02/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

TELEOLOGIA DA COMPENSAÇÃO

  Salve, salve, esta pregação ideológica! Espaço midiático – seu recanto devocional. Pregação meteorológica daquela maneira tradicional: Ouça o que digo, falo o que não faço. Só assim se conquista humanamente passo a passo. Fomentar o eterno bang bang no estilo “se for pra chorar, que chore a sua mãe primeiro”, cristalizando a ótica maniqueísta do yin yang , tudo isso para derrotar e erguer um império. Lutar contra os donos do sistema jamais! Massacrar quem da massa também faz parte, ao degenerado ego, enaltece e satisfaz. Afinal, briga entre iguais, no Coliseu, é arte! Tanto agrada ao rei quanto ao senado, esse duelo entre alienados. Assim, de retóricas em retóricas, são elaboradas as pregações, fazendo parecer anedóticas, dessa teologia da compensação, as razões.   Criado em : 03/02/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

AMORES À VISTA

  Como um diamante bruto seduziu, ascensão e ostentação foi o que previu. Corpo comprado, ao gosto montado, outdoor do consumismo. Shape hypado , salve para o selvagem capitalismo. A força da atração os uniu, pensaram em prosperidade e ela os atraiu. Neste mundo de representatividade, onde as competências não são prioridade, só o amor é o que importa, mesmo que ele leve à bancarrota. As marcas na hype é o que os amarra, as suas alianças são um código de barra. Então, um salve para essa união legal! Se justa ou injusta, a Razão perde o tino, a Rede, para isso, é um grande tribunal que, para muitos, decreta o destino. Enquanto isso, o desejo grita: “Vá curtir amores à vista!”   Criado em : 21/01/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

SÉTIMO DIA

  Domingo, fim de tarde, periferia imersa na alienação do tempo livre – hora de lazer. Sentado à mesa, sorvendo o suor do labor diário, que, mais tarde, sairá na urina – Efemeridades do prazer. Observa o copo ainda suado, meio cheio, meio vazio, frações de uma percepção dúbia acerca de seu cotidiano, lampejos de uma reflexão existencial. Meio cheio está de sua inércia diante da vida, e meio vazio anda, depois que a melancolia o visitou certa vez, sem aviso prévio, aboletando-se como uma visita inesperada e indesejada. Finda tarde dominical, a mente e o corpo estafam, um humano, no sarcófago de Hipnos , agora jaz.   Criado em : 20/01/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

VINDAS E IDAS

  Chegamos ao mundo com as mãos fechadas, carregadas de ilusões.   Acumulamos tesouros, gastando um tempo precioso em tudo ter e nada ser.   Por fim, voltamos assim: De mãos abertas e vazias, deixando o acumulado no mundo e levando uma autoconsciência tardia.   Criado em : 06/01/2024 Autor : Flavyann Di Flaff

O FLUIR DAS ÁGUAS

  Voltei ao rio da minha infância! As águas continuam frescas e límpidas. A vegetação ao derredor permanece exuberante. Empolgado pela nostalgia, mergulhei nas lembranças. Foi um choque de realidade! A verdade é que não me encharquei de sensações vividas, tudo ali era fria indiferença, uma colossal distância temporal. Dessa forma, tomei consciência do que acontecia, o ambiente em que eu estava era o mesmo de outrora, mas o rio em que me banhei, já não mais existia. E como Heráclito dizia: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”. Foi então que me dei conta de que não se tratava do rio e suas águas, Mas do tempo que não volta mais e do nosso ser, que é permissível às mudanças.   Criado em : 28/12/2023 Autor : Flavyann Di Flaff